Manifestantes ganham as ruas do Recife em mais um dia de protesto
Mesmo sem o carro de som e sob forte chuva, eles continuam o ato
23/01/2012 10:28 - Com informações de RUI GONÇALVES, do FolhaPE
Depois de quase duas horas de concentração, os manifestantes desistiram de esperar o carro de som e ganham as ruas para mais um dia de protesto. São mais de 100 pessoas, munidos de mascaras improvisadas, cartazes e o rosto pintado de verde e amarelo, além de latões, onde batucam. Eles seguiram pela avenida Conde da Boa Vista, em direção a avenida Guararapes. Ao chegar no cruzamento desta com a rua do Sol, eles pararam e fizeram uma roda.
Os manifestantes seguiram em passeata cruzando a rua Barão da Vitória com a rua Floriano Peixoto, em direção a Estação de Metrô, do Recife. Segundo informações dos participantes, o Batalhão de Choque pediu para que eles saíssem do local em dois minutos, se não usariam de força necessária para retirá-los da via interditada. Eles então mudaram o percurso e seguiram para a rua da Palma. O Choque acompanhou o movimento de perto, esperando para agir.
Por volta de meio dia os manifestantes seguiram para a avenida Dantas Barreto na altura do camelódromo, deixando o trânsito bastante complicado. Neste momento, os manifestantes ficaram mais agrupados, e batendo em latas, juntos, gritavam as palavras de ordem do movimento: “Se a passagem não abaixar o Recife vai parar”. Alguns deles estão arredios e chegaram até a agredir uma jornalista que tentava filmá-los. Segundo o Coronel do 16º BPM, Antônio Silva, que saiu ferido do último protesto na sexta-feira (20), “a ordem do dia de hoje é manter a ordem”.
Entre a população, o sentimento é de apoio. Moradores dos prédios da Conde da Boa Vista demonstram isso jogando papel picado enquanto a passeata seguia pela via. A trabalhadora autônoma, Simone Rosana, é uma das que apóiam o ato. “Isso atinge não só os estudantes, mas também toda a sociedade de uma maneira geral. É bonito vê-los lutar pelo direito de toda a sociedade. Eles mereciam um apoio maior dessa sociedade”, opinou.
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